O banco suíço UBS e o Banco do Brasil anunciaram nesta quinta-feira (dia 7) uma parceria para negócios de banco de investimento e corretora de clientes corporativos na América do Sul.
O negócio ainda precisa de aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), e a parceria se concretizará daqui a seis a nove meses _os detalhes da operação serão desenhados ao longo desse tempo.
O empreendimento, que ainda não tem nome, operará no Brasil, na Argentina, no Chile, no Paraguai, no Peru e no Uruguai.
“O ministro Paulo Guedes sempre diz que encontramos uma baleia encalhada na praia (quando assumiram o governo)”, afirmou o presidente do BB, Rubem Novais. “Essa parceria é um movimento muito claro na direção da privatização. A baleia está começando a nadar”, afirmou o executivo, que já defendeu em outros momentos a desestatização do banco público, ou seja, que ele deixe de ser controlado pelo governo.
Quem será o controlador do novo negócio? Será o UBS, com participação de 50,01% do capital total. Com isso, a instituição financeira que tem sede em Zurique não ficará limitada às restrições impostas em lei a estatais no Brasil, como contratação de funcionários apenas por meio de concurso público, entre outras.
Como funcionará a parceria? O UBS contribuirá com sua plataforma de banco de investimento no Brasil e na Argentina, bem como com sua corretora dedicada a clientes institucionais no Brasil, disseram as empresas.
O banco estatal, por sua vez, ajudará o novo negócio a obter contratos de banco de investimento que exijam crédito, como empréstimos para aquisições ou liderança na emissão de títulos locais de renda fixa, mercados que estão crescendo fortemente neste ano.
O UBS ocupa a quarta posição em assessoria para fusões no Brasil neste ano (até o último dia 4) e a décima primeira em emissão de ações, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Para o banco suíço, a parceria com o BB também é uma forma de acessar o mercado de renda fixa brasileiro, já que o banco estatal é o quarto colocado em emissões nesse segmento.
A parceria não funcionará para o varejo, ou seja, para clientes pessoa física, segundo o presidente do BB.
(Com a Bloomberg)