A Caixa deixará para 2020 a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de cartões, enquanto se concentra na mesma operação para a sua subsidiária de seguros neste ano. Além disso, a Caixa anunciou que se prepara para vender sua participação no Banco Pan — cujas ações acumulam uma valorização perto de 380% neste ano.
Quais as razões por trás das decisões? “Não faz sentido levar duas operações desse porte (a abertura de capital da unidade de cartões e a de seguros) ao mercado quase simultaneamente”, disse o presidente-executivo da Caixa, Pedro Guimarães, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre.
E o Banco Pan? Guimarães indicou ainda que a Caixa venderá sua participação no Banco Pan por meio de uma oferta de ações. “A participação da Caixa no Banco Pan não é estratégica”, afirmou, com a ressalva de que não tem pressa para fazer a venda da fatia que hoje é de 41,7% no banco.
De quem mais é o Banco Pan? O outro acionista controlador é o banco BTG Pactual, com 41,7% do capital. Outros 16,6% estão distribuídos entre investidores na bolsa.
Por que as ações do Banco Pan subiram tanto neste ano? O banco está colocando em prática uma estratégia agressiva de fidelização de sua ampla base de clientes por meio de canais digitais – está previsto o lançamento de uma conta digital ainda neste ano. O Pan tem forte penetração nas classes C, D e E e atuação destacada no crédito consignado a servidores, aposentados e pensionistas e no financiamento de automóveis. Investidores estão apostando no crescimento do banco nos próximos anos e na sua consequente (e esperada) valorização.
O que mais pode ser vendido? O banco estatal também deve listar na bolsa (ou seja, abrir o capital) as unidades de loterias e de gestão de recursos.
Guimarães disse ainda que pretende concluir a formação de 11 parcerias (joint ventures) nos próximos dois meses. Uma delas será na área de cartões. O banco quer habilitar lotéricas para aceitar compras pagas com cartões.
(Com a Reuters)