Por quê é importante:
- Cenário de juro baixo derruba a rentabilidade da poupança e faz brasileiros escolherem outras aplicações
- No primeiro semestre de 2019, os resgates superaram os depósitos na poupança em R$ 14,5 bilhões
Depois de dois meses de retiradas, a poupança voltou a atrair o interesse dos investidores. Em junho, os depósitos superaram os saques em R$ 2,5 bilhões, informou o Banco Central. Esse resultado representa um recuo de 56% em relação a junho de 2018, quando os correntistas tinham depositado R$ 5,64 bilhões a mais do que tinham retirado. Desde junho de 2016, a aplicação não registrava captação tão baixa.
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Com o resultado de junho, a caderneta de poupança acumula saques líquidos de R$ 14,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2019. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$ 7,35 bilhões.
A poupança perdeu R$ 14,5 bilhões no primeiro semestre de 2019
Crédito: Shutterstock
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência foi revertida em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões; em 2018, a captação líquida foi de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento equivalente a 70% da taxa Selic (a taxa básica de juros), a poupança se tornou menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tinha conseguido garantir rendimentos acima da inflação, mas a aplicação voltou a atrair o interesse dos investidores porque os preços estão subindo menos.
Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 4,16%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,84% no período. No próximo dia 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA de junho.
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