O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (16) que dados das últimas semanas indicam que a queda do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 não será tão forte quanto o projetado pelo BC no último Relatório de Inflação, que previu uma retração de 6,4%.
“Nosso número oficial é de queda de 6,4%, mas na época [o relatório foi divulgado no final de junho] já víamos que tinha uma assimetria para melhor. Com a observação de dados em tempo real, como energia, tráfego, arrecadação e transferências financeiras, nas últimas duas semanas esse viés ficou mais claro”, declarou ele, durante live promovida pelo Itaú Unibanco.
Para o presidente do BC, apesar de haver um começo de recuperação intensa, a avaliação é que a economia não fará um “V completo”. “Acreditamos que haverá uma suavização dessa recuperação em V”, observou.
Segundo Campos Neto, a reação econômica tem um efeito importante do auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo. “A gente entende que tem um efeito de consumo represado que ainda deve acontecer nas próximas semanas”, disse. “Estamos otimistas com a recuperação, mas não podemos descuidar do aspecto fiscal”.
Ele ainda salientou que muitos programas de crédito lançados pelo governo começam a entrar em vigor ao mesmo tempo, o que também deve estimular a economia.
Dólar
Questionado sobre a razão para a elevada volatilidade do dólar, o presidente do BC afirmou que a autoridade monetária vem investigando algumas hipóteses, mas que até agora não chegou a uma conclusão.
“A verdade é que não temos uma resposta muito muito boa para dar, estamos investigando”, afirmou Campos Neto.