Mais da metade dos brasileiros (55%) já foram afetados financeiramente pela pandemia de coronavírus, mostra uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência em parceria com o banco digital C6 Bank. Entre esses, 66% tiveram perda na remuneração superior a 25%.
O levantamento ouviu 2.000 brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet, e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os dados mostram ainda que quase 9 em cada 10 brasileiros já mudou sua relação com o dinheiro após a crise estourar (89%).
A principal dessas mudanças foi a redução de gastos, resposta de 51% dos entrevistados. Além disso, 27% dos ouvidos disseram que passaram a poupar mais recursos para se preparar para as incertezas trazidas pela crise e 22% relataram que já começaram a atrasar pagamento de boletos e contas.
Relação com os bancos
O isolamento social imposto pela covid-19 também ajudou a alterar a relação dos brasileiros com os bancos. Segundo a pesquisa, 43% deixaram de frequentar agências bancárias, enquanto 46% disseram que usam mais produtos financeiros digitais, como aplicativos ou internet banking.
Além disso, mais de 30% dos ouvidos disseram que passaram a comprar de forma online e começaram a checar com mais frequência seus extratos bancários, prestando mais atenção em taxas e tarifas cobradas pelas instituições financeiras.
“Com a queda na renda das pessoas, é fundamental colocar na ponta do lápis o gasto com taxas e tarifas bancárias”, afirmou Maxnaun Gutierrez, responsável pela operação de pessoas físicas no C6 Bank, no material de divulgação dos dados.
De acordo com ele, as despesas com serviços bancários chegam a 1% do orçamento das famílias, e o valor desses serviços cresceu 150% de 2008 para cá. “A crise deve forçar os clientes dos bancos a comparar esses valores no mercado e a encontrar alternativas com melhor custo-benefício”.
Principais preocupações
O levantamento ainda mapeou as principais preocupações dos ouvidos com suas finanças.
Um percentual expressivo dos entrevistados (55%) afirmaram ter medo de não ter dinheiro suficiente para atender as necessidades da família durante a pandemia. Em segundo lugar, apareceu a preocupação de ter que depender de ajuda de outros para fechar as contas (37% dos entrevistados).