Os setores do agronegócio mais dependentes da demanda doméstica devem ser os mais prejudicados pelos efeitos do coronavírus no médio prazo, sobretudo aqueles de maior valor agregado e mais perecíveis, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Com o isolamento da população, fechamento de redes de serviço e a perda da renda, há mudanças significativas na forma e nos canais de consumo, o que afeta diretamente o agronegócio. Setores mais prejudicados são:
- Leites e derivados
- Frutas e hortaliças
- Floricultura
- Biocombustíveis
Alguns setores da agroindústria mais focados no mercado interno, como têxtil, de calçados e de móveis também se mostram mais vulneráveis neste momento e deverão sentir com mais força o efeito da pandemia.
E as exportações? As demandas externas de carnes e grãos ainda vão bem, segundo os pesquisadores do Cepea. Os efeitos negativos do coronavírus devem ser contrabalançados com a elevação do dólar, já esperada ao longo do ano.
O comércio de grãos, alimentos e óleos destinados à China, por exemplo, teve aumento de 9,7% nos meses de janeiro e fevereiro, período em que a epidemia atingia fortemente o país. Além disso, ainda são importantes os efeitos sobre a demanda internacional de carnes da Peste Suína Africana (PSA).